O sucesso dessas plataformas fez com que o governo federal também lançasse seu site de reclamações, o Consumidor.gov.br, para o qual também há expectativa de crescimento: até o fim de 2015, a Secretaria Nacional do Consumidor quer alcançar 1 milhão de consumidores cadastrados na plataforma.
"Somos protagonistas de uma revolução no atendimento ao consumidor no Brasil. São vários órgãos que falam. As próprias empresas falam", disse o presidente do Reclame Aqui, Maurício Vargas.
Ele apresenta as razões para o aumento na quantidade de acessos no seu endereço virtual - em 2014, foram realizados 11 milhões de reclamações.
"Existe essa nova postura, de o consumidor ter tomado o poder nas mãos. Encontrou a internet para solucionar seu problema.
Além de funcionar como canal de conciliação, os sites são acessados também por quem procura conhecer a reputação das empresas com as quais pretende realizar compras.
No Reclame Aqui, de acordo com estimativas do seu presidente, 95% dos acessos são de consumidores buscando conhecer casos positivos e negativos das empresas.
"Resolvemos quando há problema, mas ele também faz a prevenção de um mau negócio. As boas empresas procuram ter uma boa reputação, uma vez que a gente tem um índice que é formado pelo próprio consumidor", disse.
Para o CEO do Reclamão.com - outro site com objetivo similar de mediação entre consumidor e empresa -, Juliano Goulart, a plataforma busca transparência nas relações de consumo.
"O Reclamão faz com que as empresas tenham posições transparentes ante seus usuários. Isso traz uma vantagem para o consumidor, na medida em que ele começa a entender como funciona a reputação da empresa sem cair naquela caixa-preta que existia antes, que era o SAC ou o call center, que ninguém ficava sabendo de nada."
Experiência
A jornalista Luana Neves Trigo, de 25 anos, é assídua de um dos sites de reclamação. Ela disse ter feito mais de 40 queixas contra empresas nas quais foi mal atendida ou em situações em que o produto adquirido veio com falha. "As empresas efetivamente interessadas costumam responder."
Luana relatou ter sentido a falta de apoio em Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) e disse acreditar que os sites de reclamação sejam a forma mais eficiente para resolver o problema. "Nunca fui ao Procon, mas acho que é meio complicado. Dá trabalho e você acaba desistindo", disse.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.